O que eu vou relatar aconteceu há algum tempo,
próximo da virada de ano de 2009 para 2010, e ficou marcado pela maneira como ocorreu e também porque eu me senti finalmente vingado!
Eu havia saído com o meu brother, o Carlos, e
havíamos encontrado com uma turma de amigos dele para tomar uma cerveja. Para
quem conhece Santos-SP, há muitos barzinhos na orla da praia, e esse ficava entre os canais 5 e 6, próximo ao
prédio onde funciona a FATEC (Faculdade de Tecnologia do Estado).
Eu estava feliz usando meu nike novo com meias branquinhas, novas, macias e confortáveis.
Estávamos a pé e já era tarde, portanto decidimos voltar andando pela avenida
da praia até chegarmos a algum lugar onde tivéssemos maiores chances de pegar
um ônibus.
Por alguma razão que eu desconheço a cerveja
sempre promoveu certo incômodo ao meu sistema digestório, mas nada que me
impedisse de degusta-la. Enfim, vamos ao que interessa: eu e o Carlos começamos
a fazer o caminho de volta para São Vicente, a pé. E como de costume somos
obrigados a ouvir as gracinhas do tipo: “Vão pra São Viselva? Cuidado com os
índios!”. Não sei qual é o prazer que os Santistas têm em tirar onda com a
nossa cara...
Durante a volta eu comecei a sentir alguns burburinhos
intestinais que progressivamente foram aumentando, e aumentando, começando a
criar gases, que se multiplicavam exponencialmente e começavam a aturdir as
paredes da minha víscera a ponto de começar a causar cólicas. É a famosa dor de
barriga. Dessa vez, no entanto, eu pude perceber que não eram apenas gases...
Havia uma densidade diferente querendo sair e estava ficando difícil de
segurar.
Depois de andar mais um pouco, alcançamos um
ponto de ônibus próximo a Av. Conselheiro Nébias. Eu estava inquieto, suava
frio, mas procurei me conter. O Carlos estava tranquilo como sempre e, depois
de umas cervejas, estava novamente com vontade de urinar.
– Vou dar uma chegada ali na areia pra mijar, a
essa hora não tem outro lugar pra ir – disse ele, logo atravessando a avenida e
alcançando os jardins da orla de Santos para então desaparecer no breu.
Eu fiquei no ponto de ônibus e a coisa começou a
ficar bem difícil. Parecia que um pequeno Alien habitava o meu interior e,
acredite, ele sabia exatamente por onde queria sair.
Não havia muitas escolhas, eu estava há quilômetros
de distância da minha casa e precisava tomar uma rápida decisão naquele
momento. Eu já estava alcançando as raias da loucura quando vi o Carlos
voltando na minha direção e pensei: “É agora que eu vou”.
– Então, Carlos. Eu vou lá mijar também porque
deu uma apertada aqui – disse eu.
– Beleza, vai lá que eu espero.
Eu atravessei a avenida como um foguete e o
mesmo eu fiz com o jardim da praia. Cheguei perto da areia e olhei em minha
volta para identificar um lugar mais reservado para levar o meu intento
adiante. Comecei a andar pela areia e me perguntava onde eu poderia fazer isso,
mas não encontrava um local adequado... Foi então que eu vi aquele cantinho, como se
fosse a visão de um oásis no meio do deserto: dois carrinhos de aço, desses
que vendem pastéis e churros, um ao lado do outro deixando um vão entre ambos
(o suficiente para caber a minha pessoa com conforto). Eu entrei entre ambos e
então tive que fazer uma escolha: cagar olhando para o mar ou cagar olhando
para os refletores da praia? O grande problema seria alguém ver a minha cara
enquanto eu estivesse ali de cócoras, então resolvi deixar a bunda virada para
os refletores. Tirei o cinto habilmente, abaixei a bermuda, usei os carrinhos
como aparas e larguei o barro! Foi a sensação de alívio mais fantástica da
minha vida. A barriga torcia, e o Alien saia. E a feliz coincidência ficou por
conta do “doce de leite” que eu larguei na areia ao lado do carrinho de churros.
Depois de aliviado, eu notei que havia um problema:
como eu iria me limpar? Bom... Sabe aquela par de meias brancas, novinhas,
macias... Foram bem úteis! Não pensei duas vezes ao tirar o tênis e usá-las, e
fiz tudo isso com a majestade de um malabarista.
Aliviado, limpo e feliz... Saí da areia e
comecei a voltar, quando vi o Carlos chegando perto da praia e me procurando:
– Pô cara, você sumiu! Eu tava preocupado
porque você não voltava mais – disse ele.
– Tô de boa, fica tranquilo. Já me sinto
aliviado – disse eu com um visível sorriso no canto da boca que o Carlos não
notou, ou então não entendeu naquele momento.
Continuamos andando até pegarmos um ônibus, e
então eu tive que contar ao Carlos o que aconteceu, e ainda tirei a foto aí de cima da decoração da praia como lembrança desse dia.
O fato é que eu demorei algum tempo para contar
essa história, mas essa foi a minha vingança por tantas vezes ouvir dos Santistas que a
minha cidade só tem índios, é uma selva e nada aqui presta. Tudo bem, temos
problemas, mas não precisam pegar tão pesado.
Hoje, o que eu tenho a dizer ao povo santista é:
CHUUUUUUUUPAAAA!!! EU CAGUEI NA SUA PRAIA, BANDO DE METIDOS!!!
Ah! A vingança é tão doce...
Um comentário:
Querido amigo,
Hoje é dia de dizer que te quero bem,
que penso em ti sempre
e que tua amizade é muito importante para mim.
Quero dizer também que teu carinho
e tua alegria tornam minha vida mais bonita,
e que te conhecer me fez crescer muito.
Feliz dia do amigo.
Beijocas
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