quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

"BURROCRACIA"

Burocracia - do francês "bureaucratie , bueau – escritório e grego, krátos – poder.
s. f.
, modo de administração em que os assuntos são resolvidos por um conjunto de funcionários sujeitos a uma hierarquia e regulamento rígidos, desempenhando tarefas administrativas e organizativas caracterizadas por extrema racionalização e impessoalidade, e também pela tendência rotineira e pela centralização do poder decisivo; classe dos funcionários públicos, especialmente os funcionários do Estado.

A burocracia, nascida no final do século XVIII, tinha como objetivo apenas indicar a estrutura administrativa do Estado, os funcionário públicos e suas funções. Isso porque trabalhavam com o interesse coletivo da sociedade como nas forças armadas, na política, na justiça, entre outras. Ou seja, era uma questão de organização para facilitar o acesso e a prestação de contas à sociedade. Hoje em dia, o termo tem uma conotação negativa de normas ineficientes que só atrapalham e, como no caso abaixo, só contribuem para a indignação.

Saiu essa semana uma notícia que nos deixou atordoados. Um ex-morador de rua passou no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no curso de Matemática e não conseguiu efetuar a matrícula. Perdeu o prazo para entregar as cópias do certificado de conclusão do ensino médio e do histórico escolar, junto com a apresentação das originais.

Aconteceu que ele entregou as cópias, mas não tinha como serem autenticadas ou acompanhadas pelo documento original, uma vez que se formou no Piauí ( que fica beeem longe de Porto Alegre). Pediu a secretaria da escola pública, mas esta alegou que só poderia enviar em UM mês. Conversou com os dirigentes da instituição e estes negaram uma exceção. O ex-morador de rua tem 38 anos e está há 19 tentando fazer uma faculdade.

Todo mundo sabe o quanto é suado ingressar em uma universidade pública e o quanto é difícil pagar uma particular.

Agora eu pergunto: custava ficar com a cópia e esperar a original, sob pena de cancelar a matrícula? Custava um preço, com certeza...


Fonte :

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/02/03/ult105u7558.jhtm

5 comentários:

Anônimo disse...

Mais uma notícia da série Como pode ?
Pr isso que eu desisti de ser funcionário público. Mesmo se o pessoal da secretária tivesse aceitado, com certeza alguém mais a cima í a barrar a matrícula, seja por preciosismo, seja por interesses espúrios.
Como pode ?

Anônimo disse...

Infelizmente ainda pode acontecer, não que deva, mas acontece.

Uma instituição criada para atender o cidadão brasileiro em suas necessidades de educação e cultura, com o objetivo de formar pensadores e homens de ciência, comete um ato ridículo mostrando que não usa de tolerância com aqueles a quem deveria ajudar: os menos favorecidos.

Muito triste! Até quando isso vai continuar?

Anônimo disse...

Um exemplo tão bonito de superação, força de vontade e perseverança barrado por uma burocracia defasada e totalmente inútil.

Nayara Oliveira disse...

A democracia deve ser pra todos, se ele passou tem direito adquirido!!!
Quando vc marca uma reunião ou quando vc vai buscar alguma certidão e eles demoram pra te atender ou não fizeram ainda o que vc faz?? Vc sai e diz, perdeu sua chance? Ou pede ser dinheiro de volta? (mesmo pq é impossível eles devolverem a não ser pelo judiciário) Não, vc usa da tolerância e espera. ESPERA
Não é lei, mas a gente segue pq agimos de boa fé. Os funcionários públicos só podem agir conforme a lei, mas e a boa fé?? não está acima da lei?? Vai dizer que devemos fazer uma lei dizendo, sejam mais humanos?? Isso pra mim dói.

Daniel disse...

Direito adquirido. A Constituição Federal garante o direito adquirido que ele obteve no momento em que passou no vestibular. Questões como documentação podem ser resolvidas de maneira amigável desde que uma das partes assim queira. No caso, a UFRGS prefere manter o seu qadro discente elitizado socialmente do que elitizar intelectualmente um cidadão (sua obrigação).
Diante de uma situação dessas, a própria universidade poderia fazer pressão sobre a secretaria de educação do Piauí para que os certificados ficassem prontos mais rapidamente. Seria a oportunidade ideal para mostrar que é possível fazer as coisas nesse país sem ficar travado na falta de vontade alheia, e seria também um ponto super positivo para a universidade gaúcha.

Passaram do heroísmo ao ridículo.