O PÁRA-RAIOS DO CAPETA

Quem me conhece um pouco sabe que estou fazendo faculdade de Farmácia em Santos-SP (sim, Farmácia com letra maiúscula, é a profissão que eu escolhi!). Estava eu na sala de aula, em plena véspera de feriado, quando começamos a escutar rojões e gritaria. Os alunos já sabiam do que se tratava: eram estudantes da nossa faculdade indo para a famosa “Copa Farma”, uma competição esportiva que reúne cursos de Farmácia de várias cidades do estado de São Paulo e de alguns outros estados.

Neste momento é preciso fazer uma pausa para um aviso importante: mães e pais, seus filhos pediram para ir até a Copa Farma? Disseram que era uma competição esportiva e importante para integração de todos os alunos? Vocês ainda acreditam nisso? Como é mesmo que seus filhos foram concebidos? Ah!...

A professora estava lá na frente explicando sobre a física das radiações ionizantes, sobre radiofármacos e outras coisas mais. Falava também sobre o incidente com o césio-137 em Goiânia e comentou sobre um livro de Fernando Gabeira sobre o assunto. Um livro muito bom, segundo ela, apesar de achar que o autor – hoje em dia – só fala bobagens. Aquela algazarra começou: rojões, baterias da atlética, gritos, enfim... E a professora, assustada, perguntou do que se tratava aquilo enquanto a classe inteira respondia em uníssono: “É a Copa Farma, professora!”.

Em sua acidez habitual a professora deixou escapar um: “Isso parece mais um pára-raios do capeta!”. Cara o que é um pára-raios do capeta? Já pensou nisso!? A sala não se conteve e caiu na gargalhada...

Imaginando tudo o que acontece na Copa Farma e sabendo que a prática desportiva é apenas uma desculpa para beber até cair, realizar proezas sem noção e fazer sexo sem a presença dos pais (eba!), então talvez a descrição seja correta... Mas como dizem por aí: “Se você está no inferno, abrace o capeta!”.